As vezes você tem a sensação que está sentado, e com a janela
aberta...aí um vento forte bate e arranca as paginas do calendário que
fica preso a parede da sala e quando você vai ver te arrancou 1 ano de
páginas?
E quando você sai de casa, percebe que o vento não te arrancou um ano, foi você que que ficou sentado por um ano...
E continuam voando, e vão continuar voando...
Salvo
um dia ou outro, conseguimos segurar a folha e guardar no bolso (como
se guarda o retrato de um filho na carteira ou um documento tão
importante quanto nossa identidade), na esperança de revive-lo, mostrar
aos filhos, netos ou só pra olhar com carinho em algum dia muito pesado
Na
ansiedade de ver as paginas fugindo de nosso controle e diante a nossa
impotência, saímos, bebemos, fugimos...mas elas continuam voando pela
janela, as vezes em maior intensidade, depedendo do vento, de teu vento.
No inicio o bloco de folhas é grande, em maço enorme, então perder algumas não faz diferença, pouco faz falta...
Mas
cada vez mais o bloco vai afinando, estreitando, ficando pequeno, e
logo, aquelas folhas que voaram pela janela vão te fazendo falta.
Daí
você saí...saí em busca de resgatar pelas ruas o máximo, guardar quanto
puder, mas agora já é tarde...e quando vai ver esse bloco de folhas do
calendário acabou.