sábado, 9 de fevereiro de 2013

Cinquenta maços de cigarro

Domingo, posto 7, praia lotada, mar de guarda-sóis, dois homens de frente pro mar, habitando 40 tantos ou 50 poucos proseiam enquanto seguram sua lata de cerveja já quente que sustentam uma bela pança, cultivado por anos de degustação em biroscas e botequins, de marca que não vale a pena mencionar pois não ganho nada com isso:

-Se meu filho vier a ser gay, vou fazer com ele igual ao que o meu avô fez comigo quando me viu fumando cigarro aos 15 anos.
-E o que ele fez?
-Me deu 50 maços de cigarro pra fumar na frente dele. Tudo ali ó, na mesma hora, sem pestanejar.
-Não entendi, você vai dar cigarro pro seu filho fumar se ele for veado?
-Por que não? Funcionou comigo. Depois daquele dia, não me atrevi a botar uma bituca de cigarro na boca.
-Mas não faz sentido, uma coisa não tem nada a ver com a outra.
-O que você sugere então, Odylon? Que eu contrate 10 negões pra dar uma curra nele?
-Não é bem isso, mas...
-...Até que faz sentido, tá aí, vou contratar 10 negões pra currar ele. Assim ele vai ficar com tanta repulsa de homem como eu fiquei de cigarro.
-Tá maluco, Fernando?! E a saúde dele?
-Pode deixar, vai ser tudo de pau pequeno, não vai machucar ele tanto assim...
-Pode deixa-lo frustrado-brinca Vanderley.
-Eu sei, funcionou comigo.