quarta-feira, 2 de maio de 2012

Sobre flores e pães.

Inspirado no filme " O Pianista", foi impossível não notar alusões do holocausto com a sociedade carioca atualmente. Longe de querer cometer qualquer sacrilégio com a história do juadaísmo e seu passado de tortura. Procuro, no entanto, iluminar nosso negro presente. Fugindo, ou ao menos buscando, de um discurso panfletário político que em sua maioria são um tédio, escrevo querendo alertar mais que valores sociais, porém humanos.
    A SS abusava da força de forma covarde, oprimia por gostar da sensação de superioridade (superioridade?risos), não era a justiça que emanava de seus cassetetes, mas o desejo de ferir por prazer, por sadismo. Não há semelhanças com a nossa policia militar, querer descontar sua ira, seu ódio (ódio de quê?), em pais de familia como eles próprios, em filhos, irmãos e até mulheres semelhantes aos que os confortam em seus ninhos? Pobre coitados cujo a unica transgressão fora a ousadia de estar em sua frente num momento errado. Humilhar ao seu igual eh o que mais preenche essa alma oca.
     Lógico que toda generalização é estúpida, mas a incidência de covardia em meu estado é tão grande, que me sinto no direito de culpar uma corporação.
     Fora isso, tem os vagões que carregam uma sobrecarga de massa humana para um lugar onde essa vitima, oprimida pela sociedade,é obrigado a cumprir suas funções sociais para sobreviver. Quem acha que estou falando sobre o que ocorrer durante o período hitleriano, não é familiar aos trens e metrôs fluminenses. Dentro deles há uma maioria que trabalham para o deleite de uma minoria por um valor monetário que só garante, muito mal, sua moradia, alimentação e a volta ao campo de escravidão. Trafegam ser humanos que são passíveis ao esquecimento quanto à sua espécie, classe e genêro no bioambiente. São confundidos com animais. Até riem, de vez enquando, com cerveja, novela e carnaval, mas sem exageros, pois sonhar não foi um direito destinado a esse povo.
    Fui sorteado, me deram um berço com boa alimentação, segurança, educação e o direito de sonhar. Só não me deram a hipocrisia em me sensibilizar com um filme que retrata um passado sujo e me esquecendo que nado num rio inundado de sangue.